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Práticas e percepções de adolescentes sobre seu envolvimento em atividades culinárias no ambiente doméstico

Authors
  • Gatinho, Lorena Cristina Guerreiro
Publication Date
Aug 07, 2024
Source
Repositório Institucional da UFSC
Keywords
Language
Portuguese
License
Unknown
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Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2024. / A insuficiência de habilidades culinárias para o preparo de refeições pode levar à dependência de alimentos industrializados prontos para consumo e consequentemente a um consumo alimentar nutricionalmente inadequado. Em contrapartida, uma maior dedicação ao preparo de alimentos em casa associa-se a uma melhor qualidade na dieta, a um maior consumo de alimentos in natura ou minimamente processados como frutas, vegetais e cereais e a um menor consumo de alimentos ultraprocessados. Estudos sobre o envolvimento de jovens na preparação de alimentos sugerem um potencial desenvolvimento de padrões dietéticos e preferências alimentares que podem ter implicações de longo prazo para a saúde e que o envolvimento de adolescentes com a culinária doméstica envolve normas de gênero e habilidades culinárias específicas vinculadas à idade e ao tipo de alimento, além de ser vista como uma importante contribuição familiar. Porém, foram identificados poucos estudos caracterizando as práticas culinárias e percepções de adolescentes no ambiente doméstico, sendo apenas um deles, realizado com adolescentes Brasileiros. No Brasil, ainda não se explorou como acontece o envolvimento de adolescentes na preparação de alimentos. Este estudo investigou as percepções e práticas de adolescentes sobre sua participação em atividades culinárias no ambiente doméstico. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva com uma amostra intencional de adolescentes de ambos os sexos (n = 12, média de idade 14,6 ± 2,3 anos) residentes na região metropolitana de um estado brasileiro. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas online, que foram transcritas e submetidas à Análise de Conteúdo. Nove adolescentes relataram preparar tanto lanches como refeições mais elaboradas para o almoço ou o jantar, para toda a família e para amigos, sozinhos a maior parte das vezes. Cinco participantes informaram ter autonomia para decidir o que será preparado. As refeições do final de semana foram citadas como mais elaboradas e diferentes como lasanha e panqueca, enquanto as da semana eram mais simples como arroz e feijão. As principais motivações citadas para começar a cozinhar, foram: necessidade devido aos horários de trabalho dos pais, ver os próprios familiares cozinhando, ter vontade de comer alguma preparação específica, querer ter uma alimentação mais saudável e assistir programas de culinária na TV. Os adolescentes relataram gostar de cozinhar e mencionaram aspectos positivos relacionados ao cuidado com a família e amigos, sensação de bem-estar, aspectos de promoção da convivialidade, autonomia e variedade alimentar. A presença de um familiar referência na cozinha, prazer, interesse e contato precoce com o preparo de refeições foram reconhecidos como influências para a própria prática de cozinhar. Os adolescentes eram autônomos para cozinhar diferentes preparações para si e outras pessoas, mas a falta de tempo para o preparo de refeições foi percebida como uma barreira para envolver-se com o ato de cozinhar. Os resultados podem informar a elaboração de ações direcionadas ao desenvolvimento de habilidades culinárias por adolescentes. / Abstract: Insufficient culinary skills to prepare meals can lead to dependence on ready-to-eat processed foods and consequently to nutritionally inadequate food consumption. On the other hand, greater dedication to preparing food at home is associated with better diet quality, a greater consumption of fresh or minimally processed foods such as fruits, vegetables and cereals and a lower consumption of ultra-processed foods. Studies of youth involvement in food preparation suggest the potential development of dietary patterns and food preferences that may have long-term health implications and that adolescent involvement in home cooking involves gender norms and specific cooking skills linked to age and type of food, in addition to being seen as an important family contribution. However, few studies were identified characterizing the culinary practices and perceptions of adolescents in the domestic environment, with only one of them being carried out with Brazilian adolescents. In Brazil, the involvement of adolescents in food preparation has not yet been explored. This study investigated adolescents' perceptions and practices regarding their participation in culinary activities at home. A qualitative, exploratory and descriptive research design with an intentional sample of adolescents of both sexes (n = 12, mean age 14.6 ± 2.3 years) living in the metropolitan region of a Brazilian state was employed. Data collection took place through online semi-structured interviews, which were transcribed and submitted to Content Analysis. Nine adolescents reported preparing both snacks and more elaborate meals for lunch or dinner, for the whole family and friends, alone most of the time. Five participants reported having autonomy to decide what will be prepared. Weekend meals were cited as more elaborate and different, such as lasagna and pancakes, while weekday meals were simpler, such as rice and beans. The main motivations cited for starting to cook were: necessity due to parents' work schedules, seeing their own family members cooking, wanting to eat a specific preparation, wanting to have a healthier diet and watching cooking shows on TV. Adolescents reported enjoying cooking and mentioned positive aspects related to caring for family and friends, feeling of well-being, aspects of promoting conviviality, autonomy and food variety. The presence of a family member in the kitchen, pleasure, interest and early contact with meals? preparation were recognized as influences on the practice of cooking. Adolescents were autonomous in cooking different preparations for themselves and other people, but the lack of time to prepare meals was perceived as a barrier to getting involved in the act of cooking. The results can inform the development of actions aimed at developing culinary skills among adolescents.

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