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No meu tempo, isso não era assim, não: apontamentos sobre o processo de educação de pessoas adultas

Authors
  • Santos, Stefânia Rosa
  • Alves, Ronaldo Cardoso
Publication Date
Jan 01, 2013
Source
Repositório Institucional UNESP
Keywords
Language
Portuguese
License
Unknown
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Abstract

Esta comunicação objetiva apresentar uma reflexão teórica a respeito de práticas voltadas para o processo de alfabetização/letramento de pessoas adultas. Compreende-se, aqui, a dimensão da pesquisa vinculada ao encontro do trabalho do educador em sala de aula com as vivências e memórias dos educandos. A problematização desses aspectos no contexto da EJA pauta-se no pensamento freireano de educação voltada para a autonomia dos sujeitos, uma vez que: "Não há docência sem discência: Ensinar exige pesquisa e reflexão crítica sobre a prática" (FREIRE, 1996). De acordo com tal propósito, o educando deve participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem, no qual deve estar inserida sua história, sua visão de mundo, seu cotidiano; ou seja, aquilo que irá compor um sentido na ação pedagógica, de forma que o ensino seja atravessado pela vida e sua multiplicidade. A metodologia utilizada consistiu em aulas expositivas seguidas de discussões dos temas abordados, atividades com músicas (escrita, leitura e interpretação) e também elaboração de poemas e textos de autoria dos alunos. Entre os temas, destacam-se: noções de historicidade; as mudanças da vida no decorrer do tempo; memória individual e coletiva; questões intergeracionais ("no meu tempo, isso não era assim, não"); o mundo do trabalho; História do Brasil e miscigenação; as conquistas da mulher na História; questões de gênero; cidadania e nossos papéis na sociedade; histórias de vida. A principal meta a ser alcançada com este trabalho (em andamento) é o gradual e significativo desenvolvimento dos alunos quanto à escrita e leitura, bem como a conscientização da importância deste processo de estudo para a própria vida, levando-os, assim, a um maior envolvimento e comprometimento com as aulas. A afetividade que permeia estas ações também atua como ponto positivo no trabalho, na medida em que permite maior proximidade entre todos, rompendo com a dicotomia entre quem ensina e quem aprende. Deste modo, o Programa de Educação de Jovens e Adultos contribui para uma educação voltada à autonomia que suscita, nos participantes, constante reflexão a respeito da importância de estudar, dialogar e partilhar conhecimentos, ou seja, a autocompreensão como sujeitos da (inter)ação.

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