Memória(s) no pós-guerra e mangás: uma análise de “Ayako” (1972-1973) de Tezuka Osamu
- Authors
- Publication Date
- Nov 21, 2023
- Source
- Repositório Institucional da UFSC
- Keywords
- Language
- Portuguese
- License
- Unknown
- External links
Abstract
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Relações Internacionais. / O presente trabalho analisa o mangá - quadrinho japonês - “Ayako”, publicado entre 1972 e 1973 por Tezuka Osamu (1928-1989) para entender as suas intersecções com o debate da memória social no pós-guerra japonês (1945-1989). Para isso, estabeleceu-se a memória social como a representação do passado por grupos sociais diversos criada a partir de um processo de seleção e organização. Sua principal função é dar sustentação para as identidades sociais, proporcionando pontos de coerência e continuidade. Nesse sentido, a rendição japonesa em 1945 iniciou um processo de reconstrução da memória coletiva da história recente do Japão e da identidade nacional. Esta memória se desenvolveu em um cenário transnacional, influenciada pelas forças de ocupação estadunidense e a bipolarização da Guerra Fria. No mesmo período, os mangás ressurgiram como forma de entretenimento barata e popular. Um de seus principais expoentes foi Tezuka Osamu, criador de obras como “Astro Boy”. Conhecido por seus trabalhos infantis, ele também se dedicou a história adultas na década de 1960 como resposta ao movimento dos gekiga, que revolucionou a indústria de mangás com histórias políticas e violentas. Nesse contexto, Tezuka publica “Ayako” que conta a trajetória da família aristocrática Tenge no pós-guerra japonês. Para analisá-la, selecionaram-se páginas do quadrinho, buscando entendê-las pela ótica da história visual e da linguística aplicada aos quadrinhos. Ao fim, conclui-se que “Ayako” tenciona as estruturas políticas e ideológicas que evitaram de lidar com os sentimentos de culpa e remorso presentes no imediato pós-guerra envolvendo a Guerra do Pacífico e os EUA.