Associação entre o potencial acidificante da dieta e marcadores de doenças crônicas relacionados à homeostase glicêmica em adultos
- Authors
- Publication Date
- Jan 01, 2020
- Source
- Repositório Institucional da UFSC
- Keywords
- Language
- Portuguese
- License
- Unknown
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Abstract
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2020. / Diabetes e doenças cardiovasculares estão entre as maiores causas de mortes e gastos com saúde no mundo. A resistência à insulina é um quadro fisiopatológico base para tais doenças crônicas e a dieta é um fator determinante nesse desequilíbrio metabólico. Um aspecto da dieta que tem sido investigado nas últimas décadas é a sua carga acidificante que poderia causar uma acidose crônica de baixo grau. Esta acidose tem sido associada a diversos desfechos metabólicos desfavoráveis como maior incidência de diabetes, hipertensão e maior mortalidade por causas cardiovasculares. No entanto, esta associação carece de estudos populacionais em diferentes localidades do mundo e do uso de diferentes marcadores. Este trabalho trata de estudo observacional de base populacional urbana da cidade de Florianópolis-SC, Brasil, com 545 indivíduos de 25 a 64 anos, participantes da coorte EpiFloripa adulto. A carga ácida da dieta foi mensurada pelo PRAL (Potential Renal Acid Load) obtido por meio de dois Recordatórios Alimentares de 24h ajustados para obtenção de estimativa de consumo alimentar habitual. A resistência à insulina foi estimada pelo índice HOMA-IR como desfecho principal, além dos índices TyG, MFFM e HOMA-ß, ainda, outros parâmetros bioquímicos e antropométricos também foram avaliados. No modelo de regressão linear multivariável usado, a carga ácida da dieta (PRAL) foi positivamente associado com HOMA-IR (P=0,014), com a glicose de jejum (P=0,013), e também insulina de jejum (P=0,032), após múltiplos ajustes para fatores de confusão. Não foi encontrada nenhuma associação significativa de PRAL com HOMA-ß e hemoglobina glicada. Na análise estratificada por sexo, PRAL foi associado com HOMA-IR somente em homens. No mesmo modelo multivariável, o consumo de proteína animal (g/dia) foi significativamente associado positivamente com HOMA-IR mas a proteína vegetal (g/dia) não foi associada com este marcador. Este é o primeiro estudo populacional que descreve a carga ácida da dieta (PRAL) em uma população latino-americana adulta, e foi demonstrada associação positiva e estatisticamente significativa do PRAL com um marcador indireto de resistência à insulina e outros parâmetros glicêmicos. / Abstract: Diabetes and cardiovascular disease are among the biggest causes of death and health expenses worldwide. Insulin resistance is a basic pathophysiological condition for such chronic diseases and diet is a determining factor in this metabolic imbalance. One aspect of the diet that has been investigated in recent decades is its acid load, as it could cause chronic low-grade metabolic acidosis. This acidosis has been associated with several unfavorable metabolic outcomes such as higher incidence of diabetes, hypertension and higher mortality from cardiovascular disease. However, this association has yet to draw from populational studies from different locations around the world or the use of different markers. This is an urban population-based observational study in the city of Florianópolis-SC, Brazil, carried out among 545 individuals aged 25 to 64 years who participated in the adult EpiFloripa cohort. Acid loads of their respective diets were measured by PRAL (Potential Renal Acid Load) obtained through two 24-hour Food Recalls adjusted to obtain an estimate of habitual food consumption. Insulin resistance was estimated by the HOMA-IR index as the main outcome, but also TyG, MFFM and HOMA-ß indexes, and other biochemical and anthropometric parameters were evaluated. The multivariable linear regression model positively associated PRAL with HOMA-IR (P = 0.014), with fasting blood glucose (P = 0.013), and also with fasting insulin (P = 0.032), after multiple adjustments for confounding factors. No significant association of PRAL with HOMA-ß and glycated hemoglobin was found. In the sex-stratified analysis, PRAL was associated with HOMA-IR only in men. In the same multivariable model, the consumption of animal protein (g/day) was significantly associated positively with HOMA-IR but vegetable protein (g/day) was not associated with this marker. This is the first populational study that describes dietary acid load (PRAL) in a Latin American adult population. The research has demonstrated a positive and statistically significant association of PRAL with insulin resistance markers and other glycemic parameters.